quinta-feira, 26 de maio de 2016

Na África cada orixá estava ligado a uma cidade ou a uma nação inteira; tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Em Yoruba com o centro em Ile-Ife, existem centenas de Orixás. Os Orixás diferem regionalmente em seu significado, suas dimensões e suas relações, que são preservados em histórias (Oriki, Patakis).
Sàngó em Oyo, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e Ondo, Òsun em IlesaOsogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Osàálà-Obàtálá em Ifé, Osàlúfon em Ifon e Òságiyan em Ejigbo.
A realização das cerimônias de adoração ao Òrìsá (yoruba) é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade.
Desde 2005, o Bosque sagrado da orixá Osun é um Patrimônio Mundial da UNESCO.[2] e o oráculo Ifá do Orixá Orunmila uma Obra Prima da humanidade.[3No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados pelo tipo de iniciação sacerdotal.
Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único (quarto de santo) termo usado para designar o quarto onde são cultuados os orixás.
Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela comunidade, exemplo: OduduaOranianOlokunOlossaBaianiIyami-Ajé que não são iniciados Iaôs para esses orixás.
Iyalorixá ou o Babalorixá são responsáveis pela iniciação dos Iaôs e pelo culto de todo e qualquer orixá assentado no templo, auxiliada pelas pessoas designadas para cada função. Exemplo o Babaojé que cuida da parte dos Eguns e Babalosaim que é o encarregado das folhas.
Apesar de serem de origem daomeanaNanãObaluaiyêIrokoOxumarê e Yewá, são cultuados nas casas de nação Ketu, mas são muito raros os Iaôs que são iniciados, houve casos de passar vinte ou trinta anos sem se iniciar ninguém para esses orixás que são cultuados em locais separados dos outros.
Existem orixás que já viveram na terra, como XangôOyáOgunOxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatalá, e outros chamados Orixá funfun (branco).
Existem orixás que são cultuados pela comunidade em árvores como é o caso de Iroko, Apaoká, os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o orixá divinizado; ou seja, uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual, é uma parte daquele Xangô divinizado, com todas as características, ou arquétipos.
Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma incorporação mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam que nem o culto aos Egungun é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.
Na mitologia yoruba, há menção de 600 orixás , divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun ("céu") e os segundos daAiye ("Terra").
Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (branco), que vestem branco, como Oxalá eIemanjá, e os orixás Dudu (preto), que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô.
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Esculturas de Carybé no Museu Afro-BrasileiroSalvador.
  • Exu, orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, orixá da ordem, da paciência e da disciplina, mensageiro divino dos oráculos.
  • Ogum, orixá do ferro, guerra, agricultura, fogo, tecnologia, da sobrevivência e do progresso
  • Oxóssi, orixá da caça, das florestas e matas, e da fartura.
  • Logunedé, orixá jovem da caça e da pesca.
  • Xangô, orixá do fogo e trovão, protetor da justiça e odeia mentira.
  • Ayrà,Orixá dos raios e das ventanias.
  • Obaluaiyê, orixá das doenças epidérmicas e pragas, orixá da cura.
  • Jagun,orixá da guerra o dono de todas as armas mais não a minha
  • Oxumaré, orixá da chuva e do arco-íris, o dono das Cobras e das transformações.
  • Ossaim, orixá das Folhas sagradas, conhece o segredo de todas elas. Junto com Oxóssi, protege as matas e os animais.
  • Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos e tempestades. Também é a orixá das paixões.
  • Oxum, orixá feminino dos rios e cachoeiras, do ouro, das riquezas materiais e espirituais, dona do amor e da beleza, protege bebês e recém-nascidos.
  • Iemanjá, orixá feminino dos mares e limpeza, mãe de muitos orixás. Dona da fertilidade feminina e do psicológico dos seres humanos.
  • Nanã, orixá feminino dos pântanos e da morte. Protege idosos e desabrigados. Também dona da chuva e da lama. Mais velha orixá do panteão africano.
  • Yewá, orixá feminino do Rio Yewa. Protetora das moças virgens e dona da vidência.
  • Óba, orixá feminino do Rio Oba. Dona da guerra e das águas revoltas e redemoinhos nelas formados.
  • Axabó, orixá feminino e pouco conhecido, é da família de Xangô. Está ligada às artes.
  • Ibeji, orixás crianças, são gêmeos, e protegem as criancinhas.
  • Irôco, orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
  • Egungun, ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.
  • Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
  • Omolu, Orixá das doenças e suas curas.
  • Onilé, orixá do culto de Egungun, dona da terra.
  • Onilê, orixá que carrega um saco nas costas e se apóia num cajado.
  • Oxalá, orixá do Branco, da Paz, da Fé.
  • OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
  • Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmilá, orixá da adivinhação e do destino, ligado ao Merindilogun.
  • Odudua, orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
  • Oranian, orixá filho mais novo de Odudua.
  • Baiani, orixá também chamado Dadá Ajaká.
  • Olokun, orixá feminino das profundezas dos oceanos, orixá do mistério e também orixá funfun.
  • Olossá, orixá feminino dos lagos e lagoas.
  • Oxalufan, qualidade de Oxalá velho e sábio.
  • Oxaguian, qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.
  • Orixá Oko, orixá da agricultura.
  • Ajê Salugá, orixá da prosperidade, dona das conchas do mar, orixá funfun e irmã de Iemanjá
  • Okê, orixá ligado as colinas, morros e ligado também ao destaque social, orixá funfun
  • Otin, orixá protetora dos animais, amazona companheira de Òṣóòsi. Uma Iyabá de três seios.
  • Erinle, orixá ligado a medicina, a caça e a pesca. Orixá feminino em algumas nações.
  • Ori é a própria cabeça do ser-humano, orixá "individual" e primordial.
Mesmo se nosso òrìsà está bem, só ficará tudo bem se o nosso Òri estiver também"

Para termos idéia da importância e precedência do ORI em relação aos demais ORIXAS;
"OGUN chamou ORI e perguntou-lhe, “Você não sabe que você é o mais velho entre os ORIXÁS”? Que você é o líder dos ORIXÁS? “
Sem receio podemos dizer, “ORI mi a ba bo ki a to bo ORISA”, ou seja, “Meu ORI, que tem que ser cultuado antes que o ORIXÁ” e temos um oriki dedicado à ORI que nos fala que “ Ko si ORISA ti da nigbe leyin ORI eni”, significando, " Não existe um ORIXÁ que apoie mais o homem do que o seu próprio ORI".


Quando encontramos uma pessoa que apesar de enfrentar na vida uma série de dificuldades relacionadas a ações negativas ou maldade de outras pessoas, continua encontrando recursos internos, força interior extraordinária, que lhe permitam a sobrevivência e, inclusive, muitas vezes, mantém resultados adequados de realização na vida , podemos dizer, "ENIYAN KO FE KI ERU FI ASO, ORI ENI NI SO NI", ou seja, "as pessoas não querem que você sobreviva, mas o seu ORI trabalha para você", trazendo, nessa expressão, um indicador muito importante de que um ORI resistente e forte é capaz de cuidar do homem, de lhe garantir a sobrevivência social e as relações com a vida, apesar das dificuldades que ele enfrente. Esta é a razão pela qual o BORI, forma de louvação e fortalecimento do ORI utilizada em nossa religião, é utilizado muitas vezes, precedendo ou, até, substituindo um EBO. Isso se faz para que a pessoa encontre recursos internos adequados, esta força interior de que falamos, seja à adequação ou ajustamento de suas condições frente às situações enfrentadas, seja quanto ao fortalecimento de suas reservas de energia e consequente integração com suas fontes de vitalidade.

É importante dizer que é o ORI que nos individualiza e, por conseqüência, nos diferencia dos demais habitantes do mundo. Essa diferenciação é de natureza interna e nada no plano das aparências físicas nos permite qualquer referencial de identificação dessas diferenças. Sinalizando essa condição, talvez uma das maiores lições que possamos receber com respeito ao ORI;
"Uma pessoa de mau ORI não nasce com a cabeça diferente das outras.
Ninguém consegue distinguir os passos do louco na rua.
Uma pessoa que é líder não é diferente
E também é difícil de ser reconhecida.
É o que foi dito à Mobowu, esposa de OGUN, que foi consultar IFA.
Tanto esposo como esposa não deviam se maltratar tanto,
Nem fisicamente, nem espiritualmente.
O motivo é que o ORI vai ser coroado
E ninguém sabe como será o futuro da pessoa."

Para os Yorubás o ser humano é descrito como constituído dos seguintes elementos: ARA, OJIJI, OKAN, EMI e ORI.

ARA é o corpo físico, a casa ou templo dos demais componentes. OJIJI é o "fantasma" humano, é a representação visível da essência espiritual. OKAN é o coração físico, sede da inteligência, do pensamento e da ação. EMI, está associado à respiração, é o sopro divino. Quando um homem morre, diz-se que seu EMI partiu.
Portanto um conselho: Para termos um Ori bom e próspero é fundamental cuidar sempre dos pensamentos, da saúde mental buscando harmonia, paz e positividade. Nossa mente é programável, e nosso Ori conduz nossa vida conforme a nossa consiência. Não adianta dizermos que somos filho de tal Orixá e que Orixá será o responsável por nossas condutas; Orixá é o caminho e energia pura, Ori é o o desejo, a sabedoria, o "EU", a consciência e harmonia que fará conduzir com inteligência e força nossa vida em direção ao caminho mais voltado a  nossa real existência. Por isso, de nada adiianta ter Orixá e possuir um Ori em desarmonia pois a desarmonia da consciência fará com que conduza suas preces e energias a caminhos obscuros, distantes dos sonhos, cegos surdos às mensagens e sinais de nossos anteapassados.


O que é Orixá


Orixás são elementos da natureza, cada orixá representa uma força da natureza.
Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc. Essas forças em equilíbrio, produzem uma enorme energia (asé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável.
 
Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "Ólorun"ou Olodumaré (Deus supremo).

No Brasil, erroneamente,  diz-se que Oxalá é o pai maior. Na verdade, Oxalá é um dos mais velhos, Orixá Fun Fun* (Nota: quando nos referirmos a Ifá/Iyami, a fim de não criar confusões, pedimos que visitem o nosso portal Matriz Afro para ter esclarecimentos mais abrangente e técnicos sobre a senhoridade e Cronologia) Orisála por ser sincretizado no Brasil com Jesus Cristo, é cultuado como  "Orisá maior",  no Brasil o mais respeitado e o mais velho entre os Orixás.

A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a existência de Ólorun como grande criador, ser fundamental que sobressai a criação terrena e nos remete a origem universal de constelações, planetas, energias.
Acreditamos que nosso Deus "é o todo". É o universo, a natureza e seus suas formações (química, fisica, energia) e seres integrantes biológicos (animais, vegetais, homens, etc.);

Nota: Olorun está acima da vaidade pessoal e de religiões que buscam sempre monopolizar o seu poder.

Nosso Deus jamais pune seus filhos tão pouco os condena a fogueira eterna, também, nunca os entregou ao seu maior inimigo (Satanás) após cometer erros divinos chamado de pecados eternos, nosso Deus não destrói países e não aniquila civilizações de filhos amados por ciúmes quando não adorado, amado ou seguido...
Como pai, jamais deixaria de perdoar meus filhos, tão pouco, condenaria-os ao extermínio por erros que cometem ou possam cometer.
O verdadeiro pai perdoa, ensina, ama e protege seus filhos.
Portanto, nosso Deus é um pai mais perfeito que qualquer outro pai... Tão perfeito e superior que não o associar a imagens, planetas, orixás, pessoas, etc. Nosso Deus é Universal, é um  "todo" inimaginável em forma e sexo porém  sentido em energia e fé. Pois tudo a ele pertence e tudo dele nasce...

Como já havíamos comentado, nosso panteão nada mais é que a junção das energias de todo os elementos da natureza, cada elemento e força da natureza é por nós representado por Odús, cujos antepassado divinizados (Orixás) vieram a este planeta e formaram super seres humanos carregados de energias.
 
Cada energia se revela em caminhos através de "Odús", estes interpretados  por nossos sacerdotes que são iniciados em IFÄ que são por anos preparados para a interpretação com fundamentos filosóficos e espirituais.
Orisá  não se limita ao Africano porém por ser a África o berço da civilização humana, lá surgiram as mais antigas energias e Ancestrais que se têm conhecimento. Logo foram sendo revelados muitas ramificações de culturas e religiões como as Sumérias, Egipcias, Gregas etc. Damos como exemplo associações como ZEUS(Grego) e THOR (Nórdigo) a XANGÔ(Sango) com seus machados duplos (Oses) poder sobre as tempestades, fogo, etc; ÁRES(GREGO) Deus da Guerra a (OGUN); etc...
A perpetuação do culto aos nossos Orixás se fazem presentes Hoje. Pois é a mais antiga e única religião ancestral que ainda se permanece viva e fiel a origem em filosofia e culto com muita aproximação ao seu berço cultural na Äfrica; que possui  a mais variada segmentação de cultos associados e adaptados a culturas regionais de diversos países, como no Brasil onde possui na maioria de seus cultos a Orixá, mesclagem com espiritismo, catolicismo, pajelança, catimbó etc. Ex: a Umbanda.
Outras,  mantendo-se fiel às origens, porém, buscando cada vez mais o resgate de conceitos e, "ingredientes filosóficos e espirituais" junto a Babalaôs e Oluwos africanos que vem ao Brasil e contribuem com a nossa cultura com ensinamentos que pelos séculos, aqui foram mesclados ou naturalmente distorcidos. Não podemos deixar de mencionar que muitos Babalaôs ficam espantados ao ver que ainda se mantém viva, nestes países, nomes, rezas, Orisás que a muito na Äfrica foram esquecidos e, mesmo com a modificação natural de cultuação pelas adaptações regionais/culturais em relação ao seu culto original, a lembrança e a perpetuação do nome e origem, ainda podem ser encontrados nestes cultos descendentes.
É  comum no Brasil associarmos pessoas  a influências de um ou dois Orixás específicos, dizendo-se  que a mesma recebe esta energia e que isso  justifica a maioria de sua conduta e atos.
De certa forma, não é  inverdade esta associação, pois realmente Orisá exerce influência a quem está sobre o desígnio da sua energia em seu caminho. Porém, não podemos dizer que a pessoa que está sendo regida por determinado Orixá, que este mesmo seja FILHO exclusivo, pertencente  ao mesmo e, que por sua vez, seu destino esteja ligado as vontades do Orisá. Nossas vontades são regidas por nossa consciência, e nossa consciência alimentada por nosso ORI (Nosso Deus/Nosso EU) cujo as nossas escolhas e atos estão intrinsecamente ligados a nossa personalidade e caráter, tais qualidades que Orisá algum têm o poder de modificar sem que nosso Ori(consciência) esteja em harmonia com o universo.

Exemplo: Os filhos de Ossain possuem mais energia voltada para as curas e plantas do que os  filhos de Ogun que por sua vez, detém mais energia voltado à armas, guerras, metais, ferramentas, etc.
 
"Em relação ao caráter e a harmonia de nossa consciência (Ori) com o universo e com os nossos semelhantes, gosto de usar uma frase/exemplo que vem a exemplificar bem  esta correlação entre Ori e Orisá.
- Uma pessoa com a energia de Ogun, pode ter a influência do Deus da Guerra, portanto, são pessoas "inclinadas" a terem caráter explosivo, serem desapegados e gostarem de lidar com armas e ferro (metais). Aprofundando-nos mais nesta analogia, por conseguinte, muitos policiais, bandidos, lutadores, são pessoas que sofrem mais influência desta energia.
Eis a grande pergunta: - O que diferencia a pessoa ser Policial ou Bandido, já que são influenciados pela mesma energia e podem até terem o mesmo poder "em mãos de uma ARMA/METAL"?
Resposta: O Caráter, a harmonia com o semelhante, consigo e com o Universo... Enfim, "SEU ORI", seu "Deus pessoal" que lhe dará a consciência e discernimento para fazer o certo e seguir o caminho do bem... Mesmo que este venha a usar as mesmas armas dos que seguem o caminho da desarmonia..." Obanisé


Em resumo, quase todos os Orixás tiveram uma curta passagem pelo nosso mundo, sendo muitos ancestrais divinizados que após fatos heróicos ou divinos, e por possuírem energia extrema, maior que a capacidade humana poderia suportar, encantaram-se e/ou retornaram ao Orun (céu*), deixando para nós segredos e ensinamentos, encurtando a ligação do material ao espiritual. Ligação essa que nós preservamos e usamos não só para nós, mas também para as pessoas que nos procuram, mesmo sem ter ligações diretas com a religião. Essas ligações são em sua grande maioria revelados por IFÁ, cujo veremos na parte relacionado a Odús.

Em nossa religião, é fundamental a integração com a natureza, pois quanto maior o contato com a natureza, maior será seu desenvolvimento, sua energia, seu asé e portanto, maior será o cordão (elo) de ligação com seu Orixá aproximando mais de Olorum (Deus criador/construtor de todo o universo).
Orixá significa também o caminho que nos guia em determinados pontos de nossas vidas, caminhos revelados por Ifá onde se faz necessário o devido culto para que os que dele necessitam, seguir e equilibrar sua energia durante o tempo que permanecerá no aiye (terra).
Entre todos Orixás, salientamos o de maior e incontestável importância que é ORI, seu Deus pessoal, sua identidade, sua consciência viva e presente, que antes de tudo deve ser muito bem cuidado, alimentado  e equilibrado para que se possa ter o discernimento e o equilíbrio mental para possuir ou ser conduzido na Energia cósmica...
Tradição Afro
A Perda da Religião Tradicional Africana no mundo
 
A profanação do culto tradicional africano pelos poderes  europeus ocidentais afetou seriamente as culturas tradicionais de pessoas africanas onde destruíram muitas convicções tradicionais, valores sociais e rituais, que eram considerados em sua maioria nada além pelos cristãos europeus  como valores pagãos e superstições  sem papel nenhum para a cultura.

O Cristianismo Europeu não reconhecia o Deus dos Africanos, como o mesmo Deus de seus ensinamentos, apesar da Religião Tradicional Africana constar a existência de um Deus Alto Supremo, criador de todas as coisas, o Grande Criador. Eles não viam nenhuma semelhança entre o Deus deles e o deles.
Essa é a visão do Deus do culto tradicional africano.
Um Deus Supremo e criador que era rei, Onipotente, Onisciente, o Grande Juiz, Compassivo, Santo e Invisível, Imortal e Transcendente. Ele é então o fabricante e tudo em céu e em terra deve a origem deles/delas a Ele só. Ele é o Grande rei acima de todos os Reis e não pode ser comparado a nada. Ele é acima de tudo majestade e divindade. Ele mora em todos os lugares. Assim Ele é onipotente porque Ele pode fazer todas as coisas e nada pode ser feito nem ser criado além de Ele. Ele está atrás de todas as realizações. Ele só pode falar e realizar as palavras dele. Então não há nenhum quarto para fracasso. Ele é Absoluto, todo o modo Onisciente, toda a vista e todo Instruído. Ele sabe todas as coisas e assim nenhum segredo se esconde dele.
Mas permeia entre o visível e o invisível...
O Deus da Religião Tradicional africana também é ritualmente e eticamente um Deus Santo. Ele está completo e absoluto. Ele nunca é envolvido em qualquer injustiça ou imoralidade.
Ele criou as divindades (orixás) para equilibra, positivar o ser humano no mundo.
Para os africanos eles são o limite entre céu e terra, entre vida e morte, entre o usual e o mundo do espírito.
Na vida privada e pública dos ritos religiosos africanos, convicções e rituais são consideradas uma parte integrante de vida.
O sagrado e o secular é difundido no pessoal total do africano individual.  A Vida não é dividida em compartimentos ou divisões. Assim não há nenhum tempo especial por adoração, para todos os dias e todas as horas são tempo de adoração.
Todos esses valores  foram omitidos e sacrificados pela própria colonização dos europeus em seu total perante o domínio do cristianismo que se arrasta para muitos na ignorância ainda hoje  no saber dentro da própria religiosidade afro brasileira, onde vêem Orixá com um Deus, e na verdade são os caminhos que nos são dado para um mundo melhor..onde o próprio culto de Orixá teria que ser de monoteísta ( de um Deus só), tudo pelo  não reconhecimento do  “ Criador de tudo ( Olodumare) pelos Cristãos..

quarta-feira, 25 de maio de 2016

RELIGIÃO

Principais orixás do candomblé e algumas de suas caracterizações

EXU: orixá mensageiro; guardião das encruzilhadas e da entrada das casas. É considerado masculino, e suas cores são o vermelho e o preto. No sincretismo, está associado ao diabo.
 
OGUM: orixá da metalurgia e da tecnologia, é ligado à guerra. É masculino, e suas cores são o azul-escuro, o verde e o branco. No sincretismo, está associado a São Jorge e Santo Antônio.
 
OXOSSI: orixá da caça e ligado à fauna. É masculino, e suas cores são o azul-turquesa e o verde. No sincretismo, associa-se a São Sebastião e São Jorge.
OSSAIM: orixá da vegetação e ligado às folhas. É masculino, e suas cores são o verde e o branco. No sincretismo, associa-se a Santo Onofre.
OXUMARÊ: orixá do arco-íris. É andrógino, e suas cores são o amarelo, o verde e o preto. Está associado no sincretismo a São Bartolomeu.
OBALUAIÊ: orixá da varíola, da peste, das pragas e doenças e da cura. É masculino, e suas cores são o vermelho, o branco e o preto, além do capuz de palha. Associa-se, no sincretismo, a São Lázaro e São Roque.
XANGÔ: orixá do trovão e ligado à justiça. É masculino, e suas cores são o vermelho, o marrom e o branco. Está associado, no sincretismo, a São Jerônimo e São João Batista.
IANSÃ: orixá dos relâmpagos e ligada aos espíritos dos mortos. É feminino, e suas cores são o marrom, o vermelho-escuro e branco. Associa-se, no sincretismo, a Santa Bárbara.
OBA: orixá da água e ligada ao trabalho doméstico, e ao poder da mulher. É feminino, e suas cores são o vermelho e o dourado . Associa-se, no sincretismo, a Santa Joana d’Arc.
OXUM: orixá das águas doces e do outro, e ligada ao amor e à fertilidade. É feminino, e suas cores são o amarelo e o dourado. No sincretismo, associa-se a Nossa Senhora da conceição e Nossa Senhora Aparecida.
LOGUM EDÉ: orixá dos rios dentro das florestas. É alternadamente masculino e feminino, e suas cores são o dourado e o azul-turquesa. Está associado, no sincretismo, a São Miguel Arcanjo.
IEMANJÁ: orixá das grandes águas, mares e oceanos, e ligadas à maternidade. É feminino, e suas cores são o azul-claro, o branco e o verde-claro. Associa-se, no sincretismo, a Nossa Senhora das Candeias (ou Navegantes) e Nossa Senhora da Conceição.
NANA: orixá da lama do fundo das águas. É feminino, e suas cores são o lilás, o azul e o branco. Associa-se, no sincretismo, a Santa Ana.
OXAGUIÃ: orixá da criação da cultura material e ligado à sobrevivência. É masculino, e suas cores são o branco com um mínimo de azul real. No sincretismo, associa-se ao Menino Jesus.
OXALUFÃ: orixá da criação da humandade. É andrógino, e sua cor é o branco. Está associado, no sincretismo, ao Jesus Crucificado e Senhor do Bonfim.

Cargos no Candomblé 

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  • Olóyè , Ogá e Àjòyè
  • Iyalorixá/Babalorixá: Mãe ou Pai em Orixá, é o posto mais elevado do ILê; tem a função de iniciar e completar o ato de iniciação dos olorixás.
  • Iyaegbé/Babaegbé: É a conselheira ou conselheiro responsável pela manutenção da Ordem, Tradição e Hierarquia. Posto somente dado a egbomis muito antigas.
  • Iyalaxé: Mãe do axé, a que distribui o axé. É quem escolhe os Oloyes de acordo com as determinações superiores.
  • Iya kekere ou baba kekere: Mãe pequena e Pai pequeno do axé ou da comunidade. Sempre pronta a ajudar e ensinar a todos no Ilê, substituto evenual da Iyá ou Babalorixá.
  • jibonan: o cargo de jibonã (ji- dar/bí-nascer/onã-caminho — “dá caminho ao nascimento”,é a mãe ou pai /que cria e são responsáveis pela reclusão do iyawo.
  • Iyamoro: Responsável pelo Ipadê de Exú. Junto com a Agimuda, Agba e Igèna.
  • Iyaefun/Babaefun: Responsável pela pintura dos Iyawos.
  • Iyadagan: Auxilia a Iyamoro e vice-versa. Também possui sub-postos Otun-Dagan e Osi-dagan.
  • Iyabassé: Responsável no preparo dos alimentos sagrados. Todos Olorixás podem auxiliá-la, sendo ela a única responsável por qualquer falha eventual.
  • Iyarubá: Carrega a esteira para o iniciando. E usa toalha de Orixá no ombro.
  • Aiyaba Ewe: Responsável em determinados atos em obrigações de “cantar folhas”.
  • Aiybá: Bate o ejé em grandes obrigações. Tem sub-posto Otun e Osi.
  • Ològun: Cargo masculino, despacha aos Ebós das grandes obrigações, a preferência é para os filhos de Ogun, depois Odé e Oluwaiyê.
  • Oloya: Cargo feminino, despacha os Ebós das grandes obrigações, na falta de Ològun. São filhas de Oya.
  • Mayê: Mexe com as coisas mais secretas do Axé, ligadas a iniciação do Adoxú.
  • Agbeni Oyê: Posto paralelo a Mayê, divide a mesma causa.
  • Olopondá: Grande responsabilidade na inicição, no âmbito altamente secreto ligado a Oxun.
  • Kólàbá: Responsável pelo Làbá, simbolo de Xângo.
  • Ajimuda: Ajuda a Yamoro com o Ipadê de Exú. Titulo usado no culto de Oya e Geledé, também é um cargo que cuida da casa de Omolú.
  • Iyatojuomó: Responsável pelas crianças do Axé.
  • Iyasíhà Aiyabá: é quem segura o estandarte de Oxalá.
  • Sarapegbé: Mensageiro de coisas civis e de awo.
  • Akòwe: É a Secretária da casa da administração e compras.
  • Babalossayn: Responsável pela colheita das folhas. Cargo de extrema importância.
  • Axogun: Responsável pelos sacrifícios, Ogan de Ogun. Não pode errar. Responsável direto pelos sacrifícios do ínicio ao fim do ato. Soberano nestas obrigações, é quem se comunica com o Orixá para quem se destina a obrigação, transmitindo à Iyalaxé as respostas e mandamentos. Deve ser chamado de Pai. E também possui sub-posto Otun e Osi.
  • Ogalá Tebessê: Dono dos toques, cânticos e danças. Trabalha em conjunto com o Alagbê, possui sub-posto Otun e Osi.
  • Iyá Tebexê: responsável e porta voz do Orixá patrono da casa.
  • Alagbê: Responsável pelos toques rituais, alimentação, conservação e preservação dos Ilùs, os instrumentos musicais sagrados. Se um autoridade de outro Axé chegar ao Ilê, o Alagbê, tem de lhe prestar as devidas homenagens “dobrar o Ilù”. Também possui sub-posto Otun e Osi.
  • Alagbá: Âmbito civil do Axé.
  • Àjòiè: Camareira do Orixá. O mesmo que Ekédi,  Iyárobá e Makota.
  • Ojuoba: Posto de honra no Ilê Xangô e possui sub-posto Otun e Osi.
  • Mawo: Grande confiança.
  • Balógun: Título ligado ao Ilê Ogun.
  • Alagada: Ogan que cuida das ferramentas de Ogun.
  • Balóde: Ogan de Odé.
  • Aficodé: Chefe do Aramefá (6 corpos) ligado ao Ilê Odé.
  • Ypery: Ogan ou Àjòiè de Odé
  • Irànsé- iyá responsável pelo ronkó e o iyawo.
  • Alajopa: Pessoa de Odé, que leva a caça para ele.
  • Alugbin: Ogan de Oxalufan e Oxaguian que toca o Il¦ù dedicado a Oxalá.
  • Assogbá: Ogan ligado ao Ilê Omolú e cultos de Obaluaiye, Nanã, Egun e Exú.
  • Alabawy: Pessoa que trabalha na área jurídica e que cuida dos interesses civis do Axé.
  • Alagbede: Pessoa que trabalha no ramo de ferro e metais e forja as ferramentas do Axé.
  • Elémòsó: Ogan ou Àjòiè de Oxaguian, ligados ao Ilê Oxalá e toda sua indumentária.
  • Oba Odofin: Ligado ao Ilê Oxalá.
  • Iwin Dunse: Ligado ao Ilê Oxalá.
  • Apokan: Ligado ao Ilê Omolú.
  • Abogun: Ogan que cultua Ogun.
  • Iyá Otun / Babá Otun: braço direito do zelador, pessoa de confiança do zelador.
    Iyá Osí / Babá Osí: braço esquerdo zelador, pessoa de confinça mdo zelador.
    Asògbá- Homem responsável pelo quarto de Omolú.
    Axopí- cargo do Ogan da casa
  • Obs: Todos os cargos são intransferíveis, uma vez dado através da confirmação no jogo de Orunmilá e o Orixá da casa, não podem mais serem retirados, os cargos são vitalícios e confirmados em orô interno, só podem serem substituídos na morte da pessoa.Existem cargos transitórios dados pelos zeladores e não estão aqui descritos.